quinta-feira, 29 de março de 2012

Como prometido, consegui o poema !!


VACA ESTRELA E BOI FUBÁ

Seu doutor me dê licença pra minha história contar.
Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar.
Eu tinha cavalo bom e gostava de campear.
E todo dia aboiava na porteira do curral.

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Eu sou filho do Nordeste , não nego meu naturá
Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar,

Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá
Quando era de tardezinha eu começava a aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar,
Não nasceu capim no campo para o gado sustentar
O sertão esturricou, fez os açude secar
Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar,
As água corre dos olho, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar

Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela,
ô ô ô ô Boi Fubá.

POEMAS!!

Alguns poemas bem interessante do Patativa!! :


A Triste Partida
Cante Lá que eu Canto Cá
Coisas do Rio de Janeiro
Meu Protesto
Mote/Glosas
Peixe
O Poeta da Roça
Apelo dum Agricultor
Se Existe Inferno
Vaca estrela e Boi Fubá  (Esse poema é bem engrassado... na próxima postagem, vou colocar...)
                                Vou Vorá

Gente, ai vai uma caricatura do Patativa !!

Essa é a caricatura da COLETÂNEA !

Poemas..



Gente... O que eu mais gosto no Patativa, é o jeito, que ele descreve o sertão do nordeste..

Nesse poema, ele irá falar no animal mais usado no sertão, que é o ''burro''

O BURRO

Vai ele a trote, pelo chão da serra,
Com a vista espantada e penetrante,
E ninguém nota em seu marchar volante,
A estupidez que este animal encerra.

Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,
Sem dar uma passada para diante,
Outras vezes, pinota, revoltante,
E sacode o seu dono sobre a terra.

Mas contudo! Este bruto sem noção,
Que é capaz de fazer uma traição,
A quem quer que lhe venha na defesa,

É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza.

Esse poema, eu achei muito legal...



Esse poema que irei mostrar achei bem interessante, e assim, tem muito a haver com o nordeste!

DOIS QUADROS...

Na seca inclemente do nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu mais azul
E o povo se achando sem pão e sem veste,
Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo,
Se acaba a esperança da gente roceira,
Na mesma lagoa da festa do sapo,
Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce:
Outrora este campo tão verde e tão rico,
Agora é tão quente que até nos parece
Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro
A aguda cigarra seu canto desata
E a linda araponga que chamam Ferreiro,
Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato,
Um manto de cinza por cima da serra
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato
De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas agudas e graves
Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras,
Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vagalumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso de nosso país.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vídeo muito bom!!

Vídeo com o poema ''Senhor Doutor''
Espero que gostem !!

Entrevista com Patativa do Assaré

Uma entrevista com os poemas ''Caboclo Roceiro'' e ''Menino de Rua''

O Peixe...


Tendo por berço
o lago cristalino,
folga o peixe
a nadar todo inocente.


Medo ou receio
do porvir não sente,
pois vive incauto
do fatal destino.


Se na ponta de
um fio longo e fino
a isca avista,
ferra-a inconsciente,


ficando o pobre
peixe de repente,
preso ao anzol
do pescador ladino.


O camponês também
do nosso Estado,
ante a campanha eleitoral:
Coitado.


Daquele peixe tem
a mesma sorte.
Antes do pleito:
festa, riso e gosto.


Depois do pleito:
imposto e mais imposto…
Pobre matuto do
Sertão do Norte.

Início...



Bem... Esse ano vou falar sobre o Patativa do Assaré, que foi um poeta, compositor, cantor, etc...

Com isso, vou começar com sua biografia, e mais adiante vou postar outras coisas!




Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré que nasceu em 5 de março de 1909, e morreu em 8 de julho de 2002.

Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença . Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família no cultivo das terras.

Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Patativa nunca deixou de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade...




Vou mostrar um poema do Patativa que eu achei bem legal, espero que gostem...




Caboclo Roceiro, das plaga do Norte

Que vive sem sorte, sem terra e sem lar,A tua desdita é tristonho que canto,Se escuto o meu pranto me ponho a chorar.....
Tu és meu amigo, tu és meu irmão.